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Foto do escritorSérgio Rodrigues

Reduzi o meu investimento no S&P500.

Se segues este e outros projetos relacionados com finanças pessoas e investimentos, seguramente que já ouviste falar no índice S&P500, aquele que agrega as 500 maiores empresas norte-americanas, o tal da rentabilidade histórica média anual de 10% e que serve como referência e objetivo para muitos investidores.


Investir em produtos que repliquem este índice (habitualmente ETF's) é uma estratégia habitual dos investidores passivos que procuram rentabilidades interessantes sem terem muito trabalho nem chatices. E é, na verdade, muito simples. Colocas, religiosamente, um reforço mensal num ETF que siga o S&P500 e esperas que o mercado trabalhe por ti. Historicamente isto traz ótimos resultados e está ao alcance de todos.

 

Se estes dois parágrafos são meio chinês para ti, então convido-te a assistir à Masterclass de Análise de ETF, onde explico tudo o que precisas de saber. Basta clicar aqui.

 

Uma das coisas que gosto muito é de ser coerente com a informação que passo aqui no blog e, por isso mesmo, não sou exceção e também eu tenho um ETF do S&P500 na minha carteira com um peso aproximado de 9% e que, de acordo com a informação do Just ETF teve uma rentabilidade no último ano de, aproximadamente, 34% o que é algo muito (mas muito) positivo e bastante acima da tal média dos 10% que falei no início.


No entanto, à data que escrevo este artigo, vendi cerca de 20% da posição que tenho neste ETF. Então podes estar a perguntar "se é um investimento tão bom, porque vendeste?"

  • Precisei do dinheiro? Felizmente não.

  • Deixei de acreditar no S&P500? Longe disso. Continuo a acreditar nos Estados Unidos como motor económico mundial.

  • Achei que estava sobrevalorizado? É-me algo indiferente. Se acredito que continuará a subir, hoje vale sempre menos do que valerá amanhã.

Então porque vendi? A resposta é simples e tem uma palavra: risco!


Quando pergunto a várias pessoas o que as impede de começar a investir, a resposta "medo de perder dinheiro" é das respostas mais habituais e é algo que entendo a 100%. É importante, a meu ver, que este "medo" esteja na cabeça de todos os investidores já que o mesmo é real. Ele pode ser mais ou menos provável de acontecer mas está sempre lá à espreita. Por este motivo, um dos assuntos que mais falo e defendo é uma correta e adequada gestão do risco da nossa carteira.


Há algum tempo escrevi no blog este artigo onde falei exatamente de como podes gerir o risco da tua carteira de uma forma objetiva e que se vai adequando ao ponto da tua vida. Claro que é apenas uma orientação que até pode nem fazer sentido para ti mas considero que é uma boa forma de começar a pensar no tópico.


Tal como disse há pouco, eu pratico exatamente o que explico aqui e a fórmula que falo neste artigo do parágrafo anterior dá o resultado de 4.1 para mim. Acontece que o Excel onde controlo o meu orçamento e portfolio (disponível aqui) acendeu a "luz" vermelha e um resultado de 4.3 e isto significa uma coisa muito simples: o nível de risco da minha carteira estava acima daquilo que defini como máximo, por isso teria de fazer alguma coisa quanto a isso.


A decisão foi olhar para a lista dos meus investimentos e perceber que este ETF do S&P500 estava no topo da lista em termos de ganhos (era bom que tivesse outros a dar mais que 35%/ano mas, neste momento, não tinha), já representava os tais 9% da minha carteira e isto tudo aliado a um nível de risco 7, o máximo. Juntando todos estes fatores, optei então por reduzir a minha posição neste produto em 20%.


Qual foi o resultado? Vendi unidades a $38.90 que tinha comprado em 9 de outubro de 2020 a $32.21. Fazendo as contas tenho um ganho de praticamente 21% em 6 meses e meio, isto antes de comissões e impostos, claro. As restantes unidades ficaram investidas para continuar a crescer.


Este dinheiro proveniente da venda será agora aplicado num produto de risco mais baixo do que os tais 4.1 para que volte a equilibrar a carteira dentro do nível de risco que considero adequado para mim, ao mesmo tempo que efetivei os ganhos deste produto. Tal como é importante lembrares-te que só perdes dinheiro quando vendes, também só ganhas quando vendes e foi isso que aconteceu. A partir do momento em que vendi, efetivamente, ganhei dinheiro.


Tudo isto que expliquei aqui no artigo pode também funcionar exatamente ao contrário e também já o fiz. Ao perceber que estava com um nível de risco médio da carteira bastante abaixo do objetivo, optei por retirar dinheiro de um produto de capital garantido (nível 1) e aplicar em ações (nível 7) para que volte a equilibrar as contas.


A meu ver, estes reequilíbrios (há quem lhes chame rebalanceamentos) são importantes para garantir que a diversificação, exposição e risco da nossa carteira está sempre adequada com a nossa estratégia.

 

A mensagem que quero passar é simples: o risco existe e deves ter consciência que, a partir do momento que começas a colocar o teu dinheiro em produtos que não têm o capital garantido, podes realmente perder o teu dinheiro. No entanto, o risco não é uma coisa má e tem é de ser gerido convenientemente. Investir conscientemente é fundamental e só assim conseguirás os resultados que queres alcançar.

Aproveito também para fazer o habitual disclaimer. O facto de ter falado neste artigo em ETF's e no S&P500 não deve ser encarado como nenhum tipo de recomendação de investimento mas apenas numa partilha de opinião e experiência. Garante sempre que fazes os teus investimentos de forma consciente e independente, recorrendo a pessoas certificadas pela CMVM caso queiras algum tipo de aconselhamento personalizado. Para mais informações, consulta a informação legal.

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