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Foto do escritorSérgio Rodrigues

Quanto dinheiro tens escondido em casa?

O estilo de vida mais "ocidental", por muito regrado que seja, acaba por estimular sempre algum consumismo e, com isso, vem alguma acumulação de coisas que, na verdade, até nem precisávamos de comprar mas que, naquela altura, nos pareceu uma boa ideia fazê-lo.


Com esta prática regular, acabamos sempre por acumular algumas coisas em casa já que depois sentimos sempre alguma resistência em nos desfazermos delas já que foi o nosso dinheiro esforçado que as comprou.


Quanto dinheiro tens escondido em casa?

Vamos a um desafio. Levanta os olhos do ecrã onde estás a ler este artigo e olha à tua volta em casa durante 30 segundos. Durante esse tempo, olha para tudo aquilo que te rodeia e sobre tudo o que vires pergunta-te "quando foi a última vez que usei aquilo?". Vai lá. Eu espero!


Está? Ok, então vamos continuar.


Se fizeste este exercício, seguramente que consegues enquadrar as tuas coisas em 3 categorias:


  • "Estou a usar agora mesmo" - Aqui enquadram-se as coisas que estás sempre a usar como, por exemplo, o computador ou telemóvel onde estás a ler isto, o sofá ou cadeira onde estás ou a televisão.


  • "Uso de vez em quando" - Neste segundo grupo são aquelas coisas que estão metidas numa gaveta ou numa prateleira e que saem desses sítios uma vez por mês ou algo do género. Estamos aqui a falar, por exemplo, daquela loiça mais bonita que tens guardada ou daquele utensílio de cozinha que vê a luz do dia quando, pontualmente, decides dar uma de Chef.


  • "Nem me lembro da última vez que usei isto" - A terceira categoria tem aquelas coisas que, honestamente, nem sabes bem porque tens e muito menos quando foi a última vez que usaste. Admite, seguramente que encontras aí coisas que se enquadram neste grupo.


Agora que enquadraste as tuas coisas nestes 3 grupos, vais então trabalhar neles e começar, claro, pelo fim, ou seja, aquelas coisas que não usas e decidir o que lhes vais fazer. A seguir vou-te ajudar a definir os destinos que lhes podes dar e as soluções estão definidas por ordem de preferência, ou seja, para cada artigo deves começar sempre pela solução 1, se essa não for possível, passas para a 2 e por aí adiante. Entendido? Então as opções que tens são:


  1. Vender - Se tens algo em casa que está em bom estado e que pode valer algum dinheiro, então a primeira opção é exatamente essa: receber algum dinheiro! Sites ou aplicações de classificados como o OLX ou a Vinted são gratuitos e têm uma enorme quantidade de pessoas, por isso a probabilidade de conseguires vender é bastante grande. Aqui a sugestão que te dou é que não fiques agarrado a uma expectativa de valor e dou-te um exemplo prático e pessoal. Há uns bons anos comprei um tablet que me custou perto de 100€ e entretanto estava parado e sem qualquer uso há praticamente um ano. Coloquei no OLX e, ao fim de uns dias, vendi por 20€. Sim, 20€! Sim, é verdade que perdi 80€ face ao preço de compra, mas também é verdade que fiquei com mais 20€ do que tinha antes e isso é que me interessa. Com isto quero-te dizer que deves definir um valor inicial que consideres justo para as tuas coisas, mas não tenhas problema em vender abaixo disso já que, se não estás a usar o artigo, qualquer coisa é melhor que zero, na verdade!


  2. Dar - Se tens coisas em bom estado e que não consegues vender, então a segunda melhor opção é simplesmente dar a alguém. Aqui tens várias opções: entregar a amigos ou familiares que queiram, entregar a instituições de solidariedade ou até colocar novamente no OLX a custo zero e acredita que há sempre alguém que aceita. Mesmo não recebendo dinheiro pelo artigo, ajudas alguém que precisa dele, apoias a sustentabilidade e a economia circular e ainda libertas espaço em casa.


  3. Converter - Para os artigos que estiverem danificados ou em mau estado, olha para eles e tenta encontrar uma solução alternativa. As tuas roupas velhas podem dar bons panos de limpeza da casa, por exemplo. Faz pesquisas no Youtube e seguramente encontrarás vídeos com várias ideias de como reaproveitar diversos artigos em coisas novamente úteis. Além de poupares dinheiro por não teres de comprar mais coisas, estás novamente a apoiar a economia circular e a redução de desperdício.


  4. Deitar fora - Esta deverá ser sempre a última hipótese mas, em alguns casos, é a única hipótese. Os artigos que estiverem danificados ou em muito mau estado e que não consigas aproveitar para mais nada, então devem ser deitados fora seguindo, claro, as indicações relativas à sua posterior reciclagem. O fim de vida do produto para ti, pode ser o início de vida de qualquer outra coisa, por isso nunca te esqueças de os colocar no sítio certo.


Quando terminares de fazer este trabalho, passa a outra divisão da casa e volta a fazer o mesmo e depois de todas as divisões feitas, faz o mesmo exercício regularmente.


Claro que este trabalho é muito ajudado pelo simples facto de limitares as tuas compras já que aí está a real poupança de dinheiro e de trabalho. Sempre que fores comprar alguma coisa, em vez de olhares apenas à etiqueta do preço, pensa também na quantidade de vezes que vais usar aquele mesmo artigo.


Algo que custa 100€ para usar todos os dias do ano custa, na verdade, 0,27€ por utilização, enquanto que se fores usar uma vez por mês, custa 8,30€ por utilização. Pensa dessa forma e isso vai-te ajudar a perceber a importância das tuas compras.

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