A pandemia de COVID 19 veio para ficar e já não é novidade para ti que muitos empreendedores estão a aproveitar, da melhor forma, as oportunidades disponíveis.
A revolução digital, que já antes da pandemia estava em curso, foi catapultada para níveis inimagináveis e qualquer negócio que se preze tem de estar disponível num computador ou num smartphone.
Se até aqui o primeiro pensamento de quem queria empreender era a localização física do negócio, nos dias de hoje a localização passou a ser quase irrelevante. Os negócios acontecem no ciberespaço e o empreendedor pode trabalhar a partir de qualquer lugar.
Se tens uma ideia de negócio que podes implementar sem espaço físico, mas estás com dúvidas sobre por onde começar, lê até ao fim!
Se decidiste que o caminho é por aqui (tornares-te um empreendedor do sec. XXI) deves ter em conta que empreender requer muito trabalho e dedicação. Nem sempre os acontecimentos se desenrolam de acordo com o teu planeamento, nem sempre acertas em todas as decisões. As tuas responsabilidades vão ser muito maiores e não terás ninguém a quem pedir contas pelos teus resultados. A disciplina e a facilidade de adquirir cada vez mais competência são fundamentais.
Não quero com isto desmotivar-te, bem pelo contrário! Quero apenas que percebas que muitos empresários que hoje têm sucesso a nível mundial já passaram por vários insucessos e muitas vezes é a sua capacidade de resiliência e perseverança que os leva até ao topo. Foi a sua habilidade para aprender com os erros que lhes proporcionou o conhecimento indispensável para hoje serem uma referência para muitos empreendedores no mundo inteiro.
Vamos a isto!
São 4 os passos fundamentais para começar a delinear um negócio de sucesso:
1. Modelo de Negócio
O que te proponho aqui é um roteiro de questões e reflexões sobre a tua ideia para que mais facilmente possas transformá-la em algo real. Um dos objetivos desta etapa é diminuir as possibilidades de fracasso da implantação prática da ideia. No entanto, isto não é um garante do sucesso do teu negócio, mas pode, seguramente, diminuir os impactos dos obstáculos que venham a surgir.
Responde às questões que te coloco em seguida e faz um documento com toda a informação relevante. Se mais tarde for necessário reveres todas as premissas do teu negócio esta vai ser uma ótima ferramenta de trabalho.
Quem são os meus clientes?
Que necessidade dos meus clientes quero satisfazer?
Como vou chegar aos meus clientes? (vendas através de site próprio, lojas de parceiros, etc.)
Que tipo de relação quero estabelecer com os meus clientes?
Quais os principais fluxos de rendimento? (venda de bens/serviços, arrendamento, assinatura, taxa de utilização, etc.)
De que recursos preciso? (materiais, humanos, financeiros)
Quais vão ser as principais atividades? (produção, comércio, consultoria, etc.)
Quem são os meus principais parceiros?
Qual é a estrutura de custos? (Definir custos fixos e custos variáveis mensais/anuais)
2. Equipa
Se, para além de ti, tiveres necessidade de contratar mais elementos para a tua equipa, deves ter em atenção que a capacidade profissional, técnica e humana de cada pessoa é um dos fatores mais importantes para o sucesso do teu negócio.
É essencial avaliar:
Que competências necessitas na tua equipa
Que tipo de vínculo é mais conveniente para ti
Que tipo de apoios existem para novas contratações
Quanto vão custar esses elementos
Onde encontrar as pessoas certas
Podes criar já um organograma para a tua equipa e definires as principais funções de cada elemento bem como as interações entre eles. Não tem de ser a versão de organograma que irás implementar, mas o fato de teres de o passar para o papel vai obrigar-te a pensar com mais clareza sobre esse aspeto importante de organização que é muitas vezes esquecido em empresas com vários elementos.
Se, por outros lado, vais trabalhar sozinho deves planear bem o teu tempo de forma a conseguires dar resposta a todas as tarefas que é necessário assegurar. Lembra-te que o ser humano tem uma enorme capacidade de aprender sobre tudo aquilo que quiser. Portanto, se precisas de uma competência que ainda não tens, estás sempre a tempo de aprender.
3. Aspetos Legais e Fiscais
Ao chegares à terceira etapa já tens o teu negócio bem delineado e estás preparado para tomar decisões mais práticas sobre os principais aspetos legais e fiscais.
Os dados estatísticos sobre novos empreendimentos sugerem que uma grade parte fracassa logo no primeiro ano. Por isso, é prudente começares com pequenos passos, ou seja, avaliares a aceitação do mercado à medida que vais ajustando e crescendo. É importante que tenhas algum conhecimento e sensibilidade jurídica, mesmo que recorras aos serviços dos especialistas nessas matérias.
As quatro formas jurídicas usadas na grande maioria das situações são:
empresário em nome individual;
profissional liberal (também chamado trabalhador independente ou trabalhador por conta própria);
sociedade por quotas;
sociedade unipessoal por quotas.
Embora, em muitos aspetos burocráticos, os empresários em nome individual e os profissionais liberais funcionem da mesma maneira, são realidades jurídicas distintas. Os primeiros são comerciantes (categoria jurídica ampla e de grande importância), que podem desenvolver um vasto leque de atividades económicas, enquanto os segundos formam uma categoria específica independente dos comerciantes, estando sujeitos a um regime próprio e podendo apenas exercer a prestação de serviços (de acordo com o artigo 151º do Código do IRS).
As sociedades apresentam uma diferença essencial em relação às duas situações anteriores, pois implicam a criação de uma nova entidade jurídica, diferente das pessoas que a promovem, o que tem vantagens significadas.
A escolha deve ser ponderada com cuidado, pois tem importantes implicações a diversos níveis, tais como as obrigações legais, a fiscalidade, os pagamentos à segurança social, o acesso a apoios públicos e a própria gestão da empresa.
Dependendo da atividade que queres desenvolver e da forma legal mais apropriada, poderá haver também licenciamentos obrigatórios que convém avaliares previamente.
Podes consultar alguma informação sobre estes temas em eportugal.gov.pt, no entanto, opta sempre por consultar profissionais especializados ou organismos do Estado para esclareceres todas as tuas dúvidas.
4. Marca
Por último, mas não menos importante, deves criar uma marca (ou imagem do negócio).
A marca é um nome, uma designação, um símbolo ou uma combinação destes elementos que permite identificar e distinguir bens, serviços ou pessoas.
Com base nesse material, elabora cartões de visita, papel timbrado, site institucional, e outros, conforme a tua necessidade. Lembra-te que, atualmente, grande parte da informação circula no mundo digital e podes poupar bastante dinheiro ao criares esses recursos apenas para utilização digital. Deves criar um sistema de divulgação da tua marca para te ajudar na venda dos produtos e/ou serviços. As redes sociais são uma aposta forte visto que, nos dias de hoje, é muitas vezes dessa forma que temos o primeiro contato com as marcas.
Um ponto importante para terminar: muitas vezes, os pequenos negócios contêm mais promessas financeiras do que os grandes. O segredo está em reconhecer rapidamente os erros e adaptar a estratégia.
Este artigo foi escrito pela Filipa Pereira, do projeto Fai Eco, especializado em ajudar empresários a se tornarem gestores de negócios lucrativos.
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