O crédito, de uma forma geral, pode ser visto como um ato de confiança entre uma empresa, seja ela banco, entidade financeira ou qualquer outra e o seu cliente, já que é entregue ao cliente um determinado produto ou serviço apesar de esse mesmo cliente não ter o dinheiro suficiente para o pagar. Os créditos, ou empréstimos, fazem hoje parte do nosso dia a dia e a esmagadora maioria de nós já teve, tem ou vai ter algum tipo de crédito na vida. Neste artigo vamos falar mais em detalhe sobre os tipos de crédito que existem e os cuidados que deves ter.
Tipos de crédito existentes
Neste artigo não vamos falar do objetivo do crédito, ou seja, não vamos falar especificamente de crédito pessoal, automóvel, habitação e afins. Vamos falar de uma forma mais genérica sobre créditos maus e créditos bons. Sim, é verdade, existe um tipo de crédito que é visto como "crédito bom" ou "dívida boa". Estes tipos de créditos podem ser formas importantes de aumentar o nosso património, já que nos permitem acelerar a quantidade de ativos que compramos para as nossas carteiras. Claro que continuam a ser créditos e continuamos a dever dinheiro a alguém mas o funcionamento é bastante diferente. Vamos então ver os 4 tipos de créditos que, na minha opinião, existem:
Crédito Péssimo
Nesta categoria, enquadra-se todo aquele crédito que pedes para consumo imediato como, por exemplo, férias, eletrodomésticos ou simplesmente dinheiro na conta para gastar em qualquer coisa que queiras. Se pedes dinheiro emprestado e o gastas neste tipo de coisas então enquadra-se nesta categoria e deve de ser evitado ao máximo. Atenção que a utilização do cartão de crédito para estes fins enquadra-se exatamente na mesma categoria.
Crédito Mau
Este tipo de crédito é aquele que é utilizado para comprar coisas com valor relevante e que entram para os teus cálculos do ativo, mas que desvalorizam e geram um fluxo de caixa negativo. Qual o motivo porque este é um mau tipo de crédito? Porque pedes, por exemplo, 10.000€ para comprar algo que vale 10.000€ e ao fim de algum tempo deves 9.000€ de algo que já só vale 8.000€. O exemplo mais óbvio é a compra de um carro. Entendes o problema? Assim que compras este bem, muito rapidamente estás a dever mais do que o bem realmente vale, o que faz com que tenhas um património líquido negativo.
Crédito Médio
Aqui vamos incluir os créditos que são utilizados para comprar bens, ou ativos, que valorizam mas que geram fluxo de caixa negativo. O exemplo mais óbvio é a compra de casa para habitação própria. Sabemos que, tendencialmente, o mercado imobiliário valoriza, por isso o facto de utilizarmos o dinheiro para comprar algo que sobe de valor é algo positivo. Um cenário prático: pedes 100.000€ para comprar uma casa de 100.000€. Ao fim de algum tempo, a tua dívida é de 95.000€ mas a tua casa vale 110.000€. Ao contrário do exemplo anterior, aqui o teu património líquido vai ficando cada vez maior. No entanto, esta casa gera despesas, além do crédito, como os impostos e seguros. Por um lado, vês uma valorização do ativo mas, por outro, há um fluxo de caixa constante negativo. Por esse motivo, é um crédito de qualidade média.
Crédito Bom
Por último, chegamos ao crédito que todos nós queremos, ou podemos querer: o crédito bom. Este é aquele crédito que é utilizado para comprar ativos que valorizem ao longo do tempo e que ainda gerem fluxo de caixa positivo. O exemplo mais direto é a compra de um imóvel para colocar no mercado de arrendamento. Além de teres a valorização do imóvel em si, tal como no "crédito médio", neste caso ainda irás receber uma renda que, espera-se, cubra todos os custos associados ao imóvel e ainda sobre algo no final. Desta forma, estás a ganhar em duas frentes: na valorização do ativo e no fluxo de caixa gerado.
Cuidados a ter, especialmente no "crédito bom"
É importante teres bem na tua cabeça que crédito é crédito, independentemente do tipo. Ao assumires o compromisso de um crédito tens de estar preparado para o pagar, dê por onde der, já que se não o fizeres ficas com um problema em mãos.
Isto é importante em todos os tipos de crédito mas é especialmente relevante no "crédito bom" já que é fácil cairmos na armadilha do fluxo de caixa gerado. Utilizando o exemplo do imóvel para arrendamento, nunca devemos confiar que o inquilino vai pagar sempre a tempo e horas aquilo que deve e que vai morar na casa para sempre. As coisas mudam e os imprevistos acontecem. Claro que devemos fazer as contas assumindo um cenário positivo em que o nosso investimento corre como esperado, mas devemos ter um plano de recurso preparado para o caso de não correr como esperado. Isto significa que devemos ter a capacidade de suportar esse crédito mesmo que o investimento corra assustadoramente mal.
Lembras-te do início do artigo em que falamos que o crédito é um ato de confiança que o banco deposita em ti ao acreditar que vais pagar a tua dívida? Acredita... não queres falhar nesse ato de confiança. O impacto que isso tem na tua vida futura pode ser enorme!
Conclusão
O crédito existe e pode ser utilizado de diferentes formas. É um instrumento financeiro que, por si, não é bom nem mau. A utilização que lhe damos é que pode ser boa ou má. Se ponderas recorrer a crédito, seja para que fim for, garante que pesquisas e tens a certeza do que estás a fazer.
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