O que é a inflação?
A inflação, por definição, é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços numa economia.
O que significa na prática?
Imagina que compras hoje um cabaz de produtos e gastas, por exemplo, 200 euros.
Daqui a um ano, se a taxa de inflação for 1%, se fores comprar exatamente o mesmo cabaz de produtos (mesmas marcas e mesmas quantidades), vais ter de gastar 202 euros, ou seja, se o teu rendimento (por exemplo o teu salário) não aumentar na mesma proporção, não vais poder trazer tantos produtos.
Estás a perder PODER DE COMPRA. O teu dinheiro desvaloriza com o tempo!!!
Um euro hoje vale mais do que um euro amanhã. Há cerca de 20 anos, um café custava 50 escudos, o equivalente a 25 cêntimos. Agora custa 50 cêntimos, o equivalente a 100 escudos. O dobro!
Como se mede a inflação?
A inflação não se trata apenas do aumento de preço de bens alimentares, mas também de serviços de saúde, transportes, atividades de lazer, comunicações, vestuário, cabeleireiros, seguros, etc. Há certos produtos que têm uma maior ponderação (ou seja, mais peso) no cálculo do aumento médio dos preços, como por exemplo, o gás ou a eletricidade, porque são produtos mais frequentemente consumidos.
Esta ponderação é calculada em função da média da despesa de consumo das várias famílias de um determinado bem ou serviço.
Todos estes fatores determinam a Taxa de Inflação anual, ou Taxa de Variação do Índice de Preços no Consumidor, cujos valores e evolução podes verificar aqui:
Na zona Euro, a inflação é medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, ou IHPC, e permite que este valor seja comparável entre os diferentes países. São analisados os preços de 700 bens e serviços (em média), em diferentes regiões e superfícies comerciais de cada país. Cada país calcula o seu valor IHPC, e envia-o à Eurostat, que é responsável por calcular o valor de toda a zona Euro.
Poderás também encontrar referência à taxa de inflação homóloga: trata-se da comparação do nível do índice entre o mês corrente e o mesmo mês do ano anterior. A deflação é o movimento contrário à inflação, em que os preços caem ao longo do tempo.
Porque é que a inflação existe?
Existem vários fatores que podem levar à inflação:
Aumento dos custos de produção (por exemplo, materiais) ou aumento de salários, que depois é passado ao consumidor através do aumento de preço do produto final.
Aumento da procura de bens e serviços, que tende a causar um decréscimo da sua disponibilidade e, por conseguinte, um aumento do preço. Este aumento da procura pode dever-se a políticas monetárias que aumentam a disponibilidade de dinheiro e crédito, o que estimula a confiança dos consumidores.
Diminuição de taxas e impostos, que se traduz em mais dinheiro disponível e, por conseguinte, em mais procura.
Desastres naturais, que podem por exemplo causar destruição agrícola, podendo conduzir ao aumento do preço destes produtos.
A inflação tem desvantagens para todos?
Enquanto os consumidores experienciam uma perda de poder de compra, os investidores podem beneficiar com a subida da inflação, se esta valorizar os seus ativos. Por exemplo, se a procura de casas aumenta, os proprietários de imobiliário podem cobrar preços mais altos pela renda ou venda dos seus imóveis.
A inflação pode ainda tornar-se benéfica para os exportadores: uma vez que a moeda perde valor, os bens e serviços tornam-se mais baratos, aos olhos dos países com outras moedas.
Como se controla a inflação?
Os bancos centrais conseguem manter a inflação dentro de certos limites, para que a economia se mantenha estável. Um dos métodos para controlar a inflação é aplicar políticas monetárias para controlar as taxas de juro. Ao aumentar as taxas de juro, há uma redução de consumo, que por sua vez leva a uma redução da inflação, e vice-versa.
Vamos a contas!
Cai assim por terra a ideia que muitos portugueses ainda têm: é melhor o dinheiro ficar guardado debaixo do colchão! Não, não é melhor, porque a inflação está a corroer o teu dinheiro!
Este fator também deve ser tido em conta nos teus investimentos. À rentabilidade líquida dos teus investimentos, deves sempre descontar a taxa de inflação.
Isto é, Rentabilidade REAL = Rentabilidade Líquida - Taxa de Inflação.
Por exemplo, tendo o dinheiro investido num depósito a prazo com a rentabilidade líquida de 1%, e sendo a taxa de inflação 2% nesse ano, estás a PERDER dinheiro. O dinheiro gerado não é suficiente para acompanhar a subida de preços.
Neste ambiente de taxas de juro baixas que estamos a viver atualmente, é ainda mais fundamental tentar encontrar alternativas de investimento cuja rentabilidade supere, pelo menos, a taxa de inflação. Coloca o teu dinheiro a trabalhar para ti!
Este artigo foi escrito pela Filipa Sousa, seguidora do projeto Finanças dos 90 e apaixonada pelo tema das finanças pessoais.
A Filipa tem 26 anos, é natural de Amarante, mas trabalhe e vive no Porto. É engenheira biomédica (Bioengenharia), formada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. e encontra-se a trabalhar em IT, na área de engenharia de dados.
Começou a interessar-se por finanças pessoais há menos de um ano, e está a adorar este mundo! Os seus hobbies incluem karaté, viagens, estar com amigos e família, e claro, ver séries e comer chocolate!
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