A educação financeira nas universidades: uma necessidade urgente
- Sérgio Rodrigues
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Falar de educação financeira nas universidades é, hoje, mais do que um tema interessante — é uma urgência. Entrar no ensino superior representa, para muitos jovens, o primeiro grande contacto com a gestão da sua própria vida financeira: desde pagar propinas, gerir rendas, fazer orçamentos para alimentação e transportes, até decidir se devem ou não trabalhar durante o curso. E, no entanto, a esmagadora maioria enfrenta esse novo mundo sem qualquer preparação.

A verdade é que os currículos universitários continuam, na sua maioria, a ignorar completamente a literacia financeira. Mesmo em cursos ligados à gestão ou economia, a abordagem é, muitas vezes, demasiado técnica e distante da realidade do dia a dia. A educação financeira prática — aquela que ensina a construir um orçamento pessoal, perceber o impacto dos juros compostos, ou a importância de investir cedo — raramente tem espaço. E isso tem consequências: jovens adultos endividados, com cartões de crédito fora de controlo, sem poupanças ou sem noção dos riscos que correm.
O que deveria mudar?
Em primeiro lugar, incluir disciplinas de literacia financeira como parte obrigatória do percurso universitário, independentemente do curso. A gestão de dinheiro é uma competência transversal e vital.
Em segundo, promover projetos extracurriculares, workshops e desafios que envolvam simulações financeiras reais, onde os alunos possam tomar decisões, aprender com os erros e criar hábitos saudáveis.
Felizmente, começam a surgir iniciativas de entidades privadas e associações que oferecem formações, conteúdos gratuitos e até mentoria financeira a estudantes universitários. Mas isto não deve ser um luxo ou uma exceção. É fundamental que as universidades assumam a responsabilidade de preparar os alunos para o mundo real — e isso inclui, sem dúvida, prepará-los para lidar com o dinheiro de forma inteligente, consciente e responsável.
Posso falar disto com conhecimento de causa.
Já tive a oportunidade de dar várias formações de literacia financeira a estudantes universitários, e a reação é sempre a mesma: surpresa por nunca ninguém lhes ter explicado aquilo antes, entusiasmo por finalmente perceberem como funcionam coisas como os investimentos, os impostos ou os créditos, e alívio por saberem que há caminhos simples e práticos para melhorarem a sua relação com o dinheiro.
O impacto é real.
Muitos enviam mensagens dias ou semanas depois, a dizer que abriram a sua primeira conta numa corretora, que montaram um orçamento mensal, ou que começaram a poupar com um objetivo concreto. É essa transformação que mostra a importância de levarmos estes temas para dentro das salas de aula.
Porque a liberdade começa com conhecimento, e o conhecimento financeiro é uma das ferramentas mais poderosas para garantir um futuro mais tranquilo. Quanto mais cedo ela chegar à vida dos jovens, maiores serão os frutos no futuro.
Se também queres levar este tópico à tua universidade ou à dos teus familiares, então contacta-me, carregando aqui.
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