Se forem ao Google e pesquisarem "funções do dinheiro" encontram coisas como:
meio de troca
unidade de conta
medida de valor
meio de circulação
meio de pagamento
meio de acumulação
Tudo o que está acima está, tecnicamente, correto e não pode ser refutado. No entanto, esta é a visão puramente económica do que é o dinheiro e acredito que devemos ir muito além disto, não ficando agarrados apenas à teoria económica das coisas e à objetividade das mesmas.
Invisto uma quantidade considerável do meu tempo livre a ler e ver vídeos sobre o tema deste blog, numa incansável procura de mais conhecimento sobre isto para que depois possa vir aqui partilhar convosco.
Algures nessa aprendizagem, comecei a perceber que muitos dos milionários, bilionários ou relacionados convergem numa opinião e visão muito interessantes sobre as funções do dinheiro. Como devem imaginar, muitas destas pessoas são regularmente entrevistadas e sujeitas a questões como "o que faz com tanto dinheiro?", "o dinheiro traz felicidade?" e, a minha favorita que foi "Se você tem mil milhões de Euros, não acha que ficaram mil pessoas sem um milhão de Euros?". Mais sobre estas questões num futuro artigo.
Voltando ao tema, então qual a visão destas pessoas que dominam claramente o tema relativamente às funções do dinheiro? As respostas convergem, ensinaram-me e partilho agora convosco que o dinheiro tem 3 funções apenas:
Gastar
Poupar
Dar
Se pensarem bem, o que mais podem fazer com os vossos Euros? Alguma coisa que caia fora destas 3 categorias?
A ordem das funções não é arbitrária e representa um claro caminho na evolução das finanças pessoais e do nosso crescimento enquanto pessoas.
Em primeiro lugar, o "gastar". Isto é totalmente natural e inato para todos nós e ninguém precisa de nos ensinar a fazer. Se gastam bem ou não isso já é aqui uma sub-divisão do processo. Acredito que são muito poucas as pessoas que têm dificuldade ou problemas em gastar dinheiro.
Depois vem o "poupar". Isto, como sabemos, já não é assim tão fácil nem intuitivo para todas as pessoas, já que exige disciplina. Obriga-nos a não gastarmos todos os cêntimos que recebemos e a pensar no futuro, trocando o gasto agora pelo recebimento depois. Vamos deixar de fora da conversa as 1001 maneiras que existem de poupar. Poupar é poupar e não é fácil. Se formos conscientes e disciplinados, percebemos facilmente que estamos a abdicar de 1000€ agora para ter 2000€ depois e a partir do momento que isto entra na cabeça, começa a fazer sentido e começamos a aplicar.
Por último, vem o "dar" e aqui já estamos a entrar num campo reservado para poucos. Atenção que este conceito de "dar" é totalmente abrangente e integra todo o dinheiro que empregamos para entregar, de alguma forma, a outros. Podem ir desde o jantar que pagam a um amigo, a prenda de aniversário da vossa mãe ou o donativo para a vossa associação favorita. Pensem em tudo o que podem dar sem receber nada em troca, e isso enquadra-se aqui. E porque é este o último passo do "processo"? Porque enquanto nos outros dois há um retorno de algo para vocês - gastam num telemóvel para o ter e utilizar ou poupam para ter o dinheiro disponível - quando dão, é a troco de nada. Os Euros saem da vossa conta e não entram nada em troca na vossa carteira.
Apesar de não entrar nada na vossa carteira, entra no vosso coração e no vosso cérebro. Optarem por utilizar uma parte do que têm (seja muito ou pouco) para ajudar alguém ou fazer alguém feliz é o melhor retorno do vosso investimento, acreditem. Mais interessante do que isso é que, mais cedo ou mais tarde, um retorno monetário irá aparecer de alguma forma em algum lugar. Podem chamar Karma, religião, coincidência ou outra coisa qualquer mas o facto é que acontece. A velha máxima do "dinheiro gera dinheiro" é verdade e tudo o que vocês dão, por algum efeito que ninguém consegue explicar, acaba por voltar.
O meu início nas finanças pessoais foi um clique num anúncio de Facebook para uma publicação que levava aqui: https://www.harveker.com/blog/6-step-money-managing-system/. A partir deste momento fiquei agarrado ao tema e já não larguei mais. No início apliquei este método a 100% dividindo por estes 6 "jarros" em vez dos 3 que tenho agora e que expliquei no artigo "Como fazer um orçamento?" (https://www.financasdos90.com/post/como-fazer-um-orçamento).
Se virem, o métodos dos 6 jarros indica que 5% dos vossos rendimentos deve ser para donativos. A verdade é que agora, alguns anos depois de ter abandonado esse método, continuo de alguma forma com essa percentagem média de 5% do meu rendimento a ser destinado a outros.
Experimentem fazer o mesmo, pelo menos uma vez, e partilhem as vossas experiências :)
Comments