O crédito de qualquer género é algo que, mais cedo ou mais tarde, provavelmente vai fazer parte da tua vida. Ele poderá aparecer como forma de comprares a tua casa ou o teu carro mas também pode ser utilizado de uma forma muito inteligente como uma maneira de alavancar os teus investimentos.
No entanto, independentemente do tipo de crédito que contratas e da sua finalidade, defendo que o mesmo deve ser amortizado o mais rapidamente possível.
O crédito é algo que qualquer pessoa anseia ter? Na verdade, acredito que não. Mesmo que esse crédito pertença ao grupo da "dívida boa", o facto de teres esta responsabilidade e compromisso vai sempre gerar algum desconforto porque o mundo dá muitas voltas e podes ver-te numa situação com rendimento limitado, mas este encargo não desaparece.
Com isto em mente, é importante que estabeleças sempre um plano de pagar antecipadamente os teus créditos, sejam eles quais forem, para que te vejas livre dessa dívida e da responsabilidade o mais rapidamente possível! Além da tranquilidade emocional, a poupança em juros e outros encargos é abismal.
Quando fazes uma amortização adicional em qualquer crédito, esse valor vai incidir diretamente sobre o capital em dívida. No entanto, deves ter em consideração que, habitualmente, será aplicada uma comissão sobre esta amortização. Deves sempre consultar as condições do teu empréstimo mas, genericamente a comissão será de:
0,5% do capital amortizado, para contratos com taxa de juro variável;
2% do capital amortizado, para contratos com taxa de juro fixa.
Quando fazes uma amortização, passas a dever menos do que antes e, nesta altura, tens, habitualmente, duas hipóteses:
Manter o prazo e reduzir a prestação mensal
Manter a prestação mensal e reduzir o prazo
A hipótese varia de caso para caso, de entidade para entidade, mas caso exista escolha, a minha recai sobre a primeira hipótese já que é essa que me vai permitir libertar dinheiro mensalmente para me dar uma folga no orçamento. Atenção que esta folga deve ser usada conscientemente e não deve ser vista como "mais dinheiro para gastar". Deves ter sempre presente o teu orçamento pessoal e usar esta folga para colmatar alguma parte do teu orçamento que esteja em mais dificuldades.
Todos os créditos são diferentes e se tens vários contratados deves sempre definir a tua prioridade e perceber por onde vais começar a amortizar. Há vários métodos e uma rápida pesquisa no Google vai-te mostrar várias hipóteses mas aqui vamos falar daquela que me parece mais lógica e mais eficaz: começar a amortizar por aquele cuja redução vai ter um maior impacto na mensalidade. Habitualmente, isto significa começar por aquele que tem a taxa de juro mais alta mas, por algum motivo, pode não ser assim, por isso sugiro que faças sempre a conta e analises a tua situação em concreto.
O primeiro passo deve então listares as várias dívidas que tens, assim como a mensalidade relativa a cada um. Algo deste género:
Mesmo que não estejas a pensar fazer nenhuma amortização adicional, deves ter sempre um controlo total sobre a tua dívida e saber, a qualquer altura, o total do teu ativo e do teu passivo.
Com esta listagem feita, chega a altura de decidir qual é o crédito que vais amortizar com, por exemplo, 1.000€. E onde vais encontrar estes 1.000€? Por exemplo, nos teus subsídios de férias ou natal. Esses dois ordenados que tens a mais todos os anos devem ser aplicados conscientemente, já que os teus gastos regulares mensais não sobem na mesma proporção nesses dois meses, certo?
Então, o próximo passo é perceber quanto representam esses 1.000€ no total das tuas várias dívidas e aplicar essa proporção à mensalidade, conforme este quadro:
Ao olhar para este quadro, consegues perceber que se aplicares os teus 1.000€ no Crédito Habitação terás uma redução de prestação a rondar os 2,50€, no crédito do carro de 15,83€ e no Cartão de Crédito de 50,00€.
Atenção que estes valores são aproximados mas são uma forma fácil e rápida de perceber onde é que a amortização é mais vantajosa. Caso queiras saber o valor exato deves pedir uma simulação ao teu banco ou financeira. Em alternativa, podes utilizar uma calculadora como a do Dr. Finanças: Prestação de crédito após amortização antecipada.
Com este quadro, ou as simulações mais formais à tua frente, é fácil perceber onde é que os teus 1.000€ fazem mais diferença, e neste exemplo é na amortização da dívida do cartão de crédito.
O facto de amortizares regularmente os teus créditos vai fazer com que eles sejam pagos muito mais rapidamente e isso pode traduzir-se em milhares de Euros poupados em juros e em comissões, seguros, entre outros custos.
É verdade que se estivermos a falar de um crédito com uma taxa de juro muito baixa poderás equacionar a poupança ou investimento desse valor que tens disponível para a amortização já que o ganho que vais ter é superior à poupança que vem com a amortização. No entanto, defendo que mesmo nestas situações deves avançar com a amortização já que esta é garantidamente dinheiro no teu bolso imediato, enquanto que o produto de poupança ou investimento pode, por algum motivo, não o ser. Além disso, boas poupanças ou investimentos estão sempre a aparecer, por isso não te sintas preso a apanhar todas as oportunidades que te aparecem à frente.
Optimo artigo…com opções válidas que eu tenho tomado de modo diferente…tenho optado por reduzir anos e não valor mensal aquando das amortizações…por outro lado acho a dívida completamente essencial para quem quer crescer…claro que gerida com pinças…mas quase impossível alavancar e evoluir sem divida…