Quando queremos implementar um novo hábito na nossa vida, seja ele qual for, é natural que a motivação e a "pica" de começar seja mais do que suficiente para dar aqueles primeiros passos. E depois de alguns dias, semanas ou meses? Será que a motivação continua a ser suficiente? É disso que vamos falar neste artigo.
Todos nós já tivemos um qualquer hábito que quisemos começar a implementar nas nossas vidas, seja melhorar a nossa alimentação, fazer exercício físico, começar o nosso negócio ou, claro, tratar das nossas finanças pessoais.
O ser humano é muito complexo mas, ao mesmo tempo, bastante simples e quando começamos a fazer algo de novo na nossa vida é por uma de duas razões: para nos afastar de uma dor ou para nos aproximar de um prazer. Essa é também a armadilha da famosa zona de conforto, já que nela não estamos nem em dor suficiente para fugir nem ambicionamos um prazer suficiente para nos aproximar e então ficamos ali presos naquela zona intermédia.
Começamos então o nosso novo hábito, seja ele qual for e independentemente do nosso objetivo, motivados por aquilo que nos levou a começar. Ao fim de uns dias, semanas ou meses, lentamente deixamos de cumprir aquelas responsabilidades que tínhamos definido. As idas ao ginásio ficam mais espaçadas, as refeições de lixo mais frequentes, as faltas às aulas aumentam e o tempo que dedicamos às nossas finanças diminui.
Quando isso acontece, dizemos "não vale a pena continuar porque nada está a mudar".
Rapidamente voltamos aos hábitos antigos e talvez no próximo dia 31 de dezembro prometamos nós mesmos que no ano seguinte "é que vai ser". Normalmente, caímos no mesmo ciclo mencionado acima.
Então o que faz a diferença? Porque é que algumas pessoas atingem mais objetivos e outras menos? Será que aquelas que atingem mais são naturalmente mais motivadas e isso é suficiente? Posso dizer-vos, com uma grande percentagem de certeza que não! O que essas pessoas têm de diferente é a consistência e a capacidade de fazer o que é preciso ser feito, mesmo quando a motivação não está lá.
Posso dar o meu exemplo. Esta minha aventura dura há, sensivelmente, quatro anos. Ao longo deste tempo, perco a conta às publicações, artigos, newsletters, podcasts, formações e tudo o que tenho vindo a fazer, mas foi mesmo muito.
Acreditam mesmo que a minha motivação é igual todos os dias? Claro que não! Chama-se ser consistente!
Também tenho os meus dias em que acordo e estou cansado, stressado, em baixo, doente, ou qualquer outra coisa. No entanto, se a minha agenda diz que aquele é o dia em que é para fazer X, então esse X é feito e entregue.
Podem chamar a isto consistência, rigor, método, profissionalismo ou, simplesmente, maluquice, mas a verdade é que é isso mesmo que faz a diferença. A capacidade de fazer o que tem de ser feito, mesmo quando a motivação não está propriamente lá.
Isto aplica-se a tudo o que quiserem transformar na vossa vida.
Inscreverem-se no ginásio e irem 5 dias por semana durante 1 mês trará poucos resultados práticos. Ser consistente e ir 2 ou 3 dias por semana durante 1 ano trará muito mais.
Alimentarem-se de forma saudável extremista durante 1 semana fará pouco pela vossa saúde. A consistência de se alimentarem saudavelmente 80% das vezes durante 1 ano fará toda a diferença.
Terem 1 mês em que olham para o vosso orçamento e poupam 50% do ordenado, é um resultado curto. O hábito de olharem todos os dias para ele, e todos os meses pouparem 20% fará muito mais.
A motivação coloca-nos em movimento. Ser consistente mantém-nos nele!
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